O aguardado concerto de despedida do Black Sabbath, que marcou também a última apresentação de Ozzy Osbourne com a banda, está prestes a ganhar as telonas. Intitulado Back to the Beginning: Ozzy’s Final Bow, este filme-concerto promete uma versão condensada e eletrizante do épico evento que ocorreu em julho de 2025, oferecendo aos fãs uma chance de reviver ou testemunhar pela primeira vez o que foi anunciado como o derradeiro adeus da lendária banda e de seu vocalista icônico.
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O evento histórico no Villa Park
O espetáculo, realizado em 5 de julho de 2025, no Villa Park em Birmingham, Inglaterra, cidade natal da banda, foi um marco na história do heavy metal. Foi a primeira apresentação do Black Sabbath desde 2017 e, notavelmente, a primeira vez que o baterista original Bill Ward se reuniu com a banda desde 2005. A formação clássica e original do Black Sabbath — Ozzy Osbourne nos vocais, Tony Iommi na guitarra, Geezer Butler no baixo e Bill Ward na bateria — subiu ao palco pela primeira e última vez em vinte anos. Este evento foi amplamente divulgado como as performances finais ao vivo tanto do Black Sabbath quanto de Ozzy Osbourne.
O festival Back to the Beginning atraiu uma multidão impressionante de cerca de 42 mil pessoas no local. Além disso, a performance foi transmitida globalmente ao vivo pelo site backtothebeginning.com, alcançando um público significativo: as fontes indicam que 3 milhões de pessoas pagaram para assistir online, enquanto outra aponta para 5,8 milhões de espectadores online.
A performance do Black Sabbath: um adeus impactante, ainda que curto
A setlist do Black Sabbath, embora concisa, foi repleta de clássicos. O show foi aberto com “Sabbra Cadabra”, uma canção tocada de uma fita, acompanhada de um vídeo sobre a história da banda. Em seguida, a banda executou ao vivo “War Pigs” (com uma introdução de “Black Sabbath” também de fita), “N.I.B.” (com introduções dos membros da banda), “Iron Man” e, para encerrar, “Paranoid”, que foi seguida por uma queima de fogos para finalizar a apresentação. As músicas foram tiradas dos álbuns Paranoid e Black Sabbath. O setlist do Black Sabbath durou aproximadamente 30 minutos, iniciando às 22h05, embora o horário programado fosse 21h15, e os portões tivessem aberto às 11h30.
A controvérsia da transmissão ao vivo e o verdadeiro final
Para muitos que assistiram à transmissão online, o final do show do Black Sabbath foi abrupto e frio. Houve relatos de que não houve discursos emocionados, despedidas ou interações, com Ozzy Osbourne supostamente ficando sozinho no palco antes que a transmissão fosse cortada. No entanto, imagens gravadas por fãs e a confirmação do baixista Geezer Butler revelaram que a transmissão ao vivo foi mal editada, cortando os momentos finais genuínos do espetáculo.
Na realidade, após o término da performance, Tony Iommi e Geezer Butler retornaram ao palco para apertar a mão de Ozzy. Geezer então voltou com um bolo para Ozzy, celebrando o momento. Geezer Butler posteriormente postou em suas redes sociais: “Desculpe se pareceu assim. Fui buscar este bolo para o Ozzy. Um brinde ao fã que capturou o final perfeito”. O verdadeiro final, portanto, foi um momento emocionante e comemorativo, refletindo o respeito e a admiração compartilhados pela formação original.
O filme: uma visão ampliada do festival
O filme-concerto Back to the Beginning: Ozzy’s Final Bow, com cerca de 100 minutos de duração, é uma “versão destilada” do evento de um dia inteiro no Villa Park. Produzido pela Mercury Studios, a produção não se limitará ao show do Black Sabbath. Ela incluirá apresentações estrondosas de clássicos como “War Pigs”, “Iron Man”, “Children of the Grave” e “Paranoid”, além de cenas exclusivas dos bastidores do local do show e entrevistas com os artistas convidados.
O festival, apresentado por Jason Momoa, contou com uma impressionante lista de talentos do rock e metal. Entre os nomes que subiram ao palco estavam Metallica, Guns N’ Roses, Ronnie Wood, Steven Tyler (Aerosmith), Slayer, Pantera, Tool, Yungblud, Ghost, Mastodon, Alice in Chains, Rival Sons, Anthrax, Gojira, Halestorm e Lamb of God. O evento também contou com uma disputa de bateria entre Danny Carey (Tool), Travis Barker (Blink-182) e Chad Smith (Red Hot Chili Peppers). Curiosamente, Yungblud anunciou planos para lançar sua performance ao vivo de “Changes” do show como um single independente.
Além do lançamento nos cinemas no início de 2026, o filme também terá uma versão em mídia física posteriormente, com a data ainda a ser anunciada.
Ozzy Osbourne e a despedida dos palcos
Este evento representou não apenas o último show do Black Sabbath com sua formação original, mas também a despedida de Ozzy Osbourne dos palcos para performances ao vivo em grande escala. A decisão de Ozzy de se aposentar das turnês foi influenciada por seus problemas de saúde, incluindo o diagnóstico de Parkinson em 2019 e cirurgias na coluna. Apesar das limitações físicas, Ozzy demonstrou dedicação à sua preparação para o show, com uma rotina de exercícios.
A história de Ozzy será ainda mais explorada em outras mídias. Além do filme-concerto, um novo livro de memórias do músico, Last Rites, focado em seus problemas de saúde dos últimos sete anos, será publicado em 7 de outubro. Antes mesmo da estreia do filme nos cinemas, a Paramount+ lançará, ainda em 2025, o documentário No Escape From Now, que mostrará os bastidores da preparação de Ozzy para este show de despedida e os impactos de sua condição de saúde. Ozzy declarou: “As pessoas me perguntam: se eu pudesse fazer tudo de novo, sabendo o que sei agora, você mudaria alguma coisa? Eu respondo: ‘de jeito nenhum’. Se eu estivesse sóbrio, não seria o Ozzy… Mas, no momento, não estou pronto para ir a lugar nenhum”.
O “adeus” do Black Sabbath: uma questão de persistência
A noção de “despedida” no mundo da música, especialmente no heavy metal, é frequentemente vista com ceticismo pelos fãs, dado o histórico de bandas que anunciam o fim das turnês e depois retornam. O próprio Black Sabbath já havia anunciado uma turnê de despedida em 1999 e, mais recentemente, sua The End Tour em 2016-2017.
No entanto, Ozzy Osbourne afirmou categoricamente que a formação original do Black Sabbath “nunca mais subirá ao palco junto”. Tony Iommi, guitarrista do Sabbath, inicialmente estava relutante em fazer outro show após a The End Tour, pois acreditava que “já tinha fechado a porta para isso”. Contudo, ele foi convencido a participar pelo fato de que os lucros do evento seriam destinados a três instituições de caridade: Cure Parkinson’s, Birmingham Children’s Hospital e Acorn Children’s Hospice. A presença de Bill Ward, cujo lugar foi ocupado por Tommy Clufetos nas duas últimas turnês do Sabbath, foi outro fator crucial para Iommi: “Não faria sentido [fazer isso sem o Ward]… Por ser a formação original, isso torna tudo mais formal. Então, não, eu não teria feito sem a formação original”. Bill Ward, por sua vez, expressou grande felicidade em se reunir com seus antigos companheiros, declarando: “Meu trabalho é tocar com afinco… Sem menosprezar os outros, mas sou o baterista do Black Sabbath. Sempre fui e sempre serei”.
Este lançamento cinematográfico, portanto, transcende a simples exibição de um concerto. Ele se configura como um documento histórico e emocionante, solidificando o legado de uma das bandas mais influentes de todos os tempos e prestando uma homenagem final ao “Padrinho do Heavy Metal”, Ozzy Osbourne.