A OASIS LIVE ‘25 no Brasil, marcada para 22 e 23 de novembro no Estádio MorumBIS, em São Paulo, já é um evento histórico por si só, celebrando o retorno dos irmãos Gallagher após 15 anos. Mas a confirmação de Richard Ashcroft como atração de abertura eleva a noite a um patamar nostálgico e, mais que isso, revela uma ligação surpreendente e calorosa entre o ícone do Britpop e a alma brasileira.
Richard Ashcroft, ex-vocalista do The Verve, cuja carreira solo segue desde 2009, foi o convidado especial da turnê na América do Sul. A escolha para aquecer a plateia, em duas datas que já estão com ingressos esgotados, partiu diretamente de Liam Gallagher, que achou que seria “ótimo se o Richard fizesse isso”, com o aval de Noel.
Para Ashcroft, encarar 70 mil pessoas em um estádio que esperam ansiosamente o Oasis é uma missão que exige carisma e repertório, algo que ele possui de sobra com sucessos como “Bitter Sweet Symphony” e “Lucky Man”. No entanto, sua presença no Brasil em novembro será a realização de um desejo de criança.
“Queria ser brasileiro, sabe?”
Em junho de 2025, na sua primeira passagem pelo Brasil em mais de 30 anos de carreira, Ashcroft participou do festival Best of Blues & Rock. Em coletiva de imprensa, o artista confessou uma paixão antiga pelo país ligada ao futebol: “Quando eu jogava bola na rua, queria ser brasileiro, sabe?”.
Para o músico, o Brasil representa a união perfeita entre música e futebol, algo que ele não via tão forte em outros lugares. Em dias de chuva na Inglaterra, ele se inspirava ao ver os brasileiros jogando o que ele chamou de “Sunshine Football”. Essa fascinação levou-o a prestar homenagens a grandes ídolos nacionais, mandando um “salve” para craques como Zico, Ronaldo, Sócrates e Júnior.
Ashcroft acredita que o desejo, tanto em sua Inglaterra natal quanto no Brasil, é ser “grande como artistas, seja no palco ou no campo”. Sua conexão com o país é tão intensa que, em seu show de estreia, ele chegou a vestir uma camiseta em homenagem a Ayrton Senna.
Intensidade Espiritual no Palco
Essa admiração não se limita ao campo, mas se estende à forma como o público brasileiro consome a arte. Richard Ashcroft considera que o público sul-americano está entre os melhores do mundo, e que a dificuldade do dia a dia em lugares como o Brasil faz com que as pessoas aproveitem os bons momentos da vida com maior entrega e fervor.
Ao descrever a experiência de tocar para fãs no Brasil, ele a elevou a um patamar místico: “A música vira algo espiritual, como se Deus estivesse envolvido. E acho que Deus está mais envolvido em países como o Brasil”.
Ao levar seu setlist, que prioriza canções do The Verve como “Bitter Sweet Symphony,” “Lucky Man,” e “The Drugs Don’t Work”, Ashcroft não está apenas abrindo para um evento histórico. Ele está celebrando uma conexão cultural de décadas, concretizando o sonho do garoto inglês que, ao jogar bola na rua, desejava ter a alma e o brilho do Brasil.
Os shows do Oasis, que marcam o encerramento da perna sul-americana da turnê Live ’25, prometem ser uma noite inesquecível de Britpop, iniciada por um artista que sente o país de forma profunda e espiritual. Richard Ashcroft já esteve no Brasil em junho e estará de volta em novembro, ansioso para tocar no palco o que os fãs esperaram por décadas.