A espera de 41 anos para os fãs finalmente acabou. Na última sexta-feira, em Anaheim, Califórnia, Bruce Dickinson protagonizou um momento histórico para os fãs de metal ao tocar, pela primeira vez em um palco, a música “Flash of the Blade”, do lendário álbum Powerslave (1984) do Iron Maiden.
A canção, que nunca havia sido incluída no setlist da Donzela de Ferro, ganhou vida no show de estreia da turnê solo de Dickinson, The Mandrake Project Tour 2025. O vocalista britânico, com seu carisma inconfundível, fez suspense antes de começar, provocando a plateia com um enigma: “Ninguém jamais tocou essa música, exceto no disco… é uma música que eu compus.”
A revelação foi recebida com a euforia dos fãs. O momento épico foi capturado em vídeo pela esposa de Dickinson, Leana Dolci, e rapidamente viralizou nas redes sociais, com comentários de admiradores extasiados por verem a “joia rara” do catálogo do Iron Maiden ganhar ares de hino ao vivo. Um fã, emocionado, resumiu o sentimento geral: “Incrível ver essa música no palco. É minha favorita e finalmente foi trazida para a vida”.
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O que “Flash of the Blade” tem de tão especial para os fãs?
Para entender a relevância da faixa, é preciso mergulhar em sua história. A música é, em essência, um tributo pessoal de Dickinson à sua paixão pela esgrima. A letra, que narra a história de um jovem espadachim em busca de vingança, é complementada por uma instrumentação que evoca a velocidade e a precisão de um duelo de espadas. Os riffs rápidos e afiados parecem cortar o ar, espelhando os movimentos de um embate real.
Embora tenha permanecido “esquecida” nos shows do Iron Maiden, a faixa encontrou seu espaço na cultura pop ao integrar a trilha sonora do filme de terror Phenomena (1985), do renomado diretor italiano Dario Argento. Mas, mesmo com essa breve notoriedade, “Flash of the Blade” continuava sendo um tesouro escondido, uma canção que ecoava nos fones de ouvido dos fãs mais dedicados, mas que jamais havia sido sentida em uma apresentação ao vivo.
A liberdade do palco solo e a emoção dos fãs
A performance de “Flash of the Blade” sublinhou a diferença que o próprio Bruce Dickinson fez questão de destacar em uma entrevista recente à rádio WRIF de Detroit. O vocalista ressaltou que não há comparação entre os shows do Iron Maiden e sua carreira solo, pois ambos oferecem experiências distintas.
“Uma coisa é uma coisa e outra é outra coisa”, disse ele. “Eu não entro no teatro pensando: ‘Meu Deus! Queria estar tocando em um estádio.’ Não! Eu adoro a ideia de entrar e tocar em um teatro. É ótimo.”
Essa flexibilidade e a liberdade de explorar seu próprio catálogo musical permitiram que Dickinson presenteasse os fãs com pérolas como “Flash of the Blade”, além de outras canções que marcaram sua trajetória solo, como “Accident of Birth” e “Tears of the Dragon”. Com sua banda de apoio — Philip Naslund (guitarra), Chris Declercq (guitarra), Mistheria (teclado), Tanya O’Callaghan (baixo) e Dave Moreno (bateria) — o Air-Raid Siren continua a voar alto, mostrando que sua paixão pela música transcende qualquer palco.
A turnê de Bruce Dickinson segue agora por Estados Unidos e Canadá, com uma aguardada passagem pelo Brasil, no festival The Town, que promete continuar essa jornada de surpresas e celebrações para os amantes do bom e velho metal.
